Ariana andava pelas ruas cabisbaixa, preocupada com seu trabalho quando encontrou um
livro caído no chão. Ela não imaginava que aquele livro de capa dura e paginas amarelada
mudariam o seu dia. O livro não tinha titulo o que deixou a jovem curiosa, ela continuou
andando procurando pela cidade algum lugar confortável para desvendar os mistérios que
aquele livro guardava.
Ariana encontrou um parque com um pequeno lago no centro, vários bancos, flores e
pássaros, mas o que chamou sua atenção foi um grande carvalho com seus galhos carregados
de folhas verdes com uma sombra refrescante. Ela sentou na relva fresca e abriu o livro que
ela percebeu se tratar de uma história de magia.
A cada frase lida parecia que o livro a puxa para dentro da estória. Ariana começou a acreditar
que fazia parte daquele livro e então um clarão azul claro saiu de dentro do livro puxando-a
para dentro. Ninguém que estava perto notou aquele fenômeno e o livro caiu no chão aos pés
da arvore.
Ariana Continuava sentada na relva só que não havia mais arvore, lago, flores, pessoas ou
pássaros. Era apenas um longo campo, mas o que era estranho é que aquele lugar em que se
encontrava era completamente cinza, até mesmo o céu e o sol.
O livro que antes se encontrava em suas mãos havia sumido então ela percebeu que suas
mãos também estavam ficando cinza. Desesperada a jovem começou a caminhar sem rumo
vagando por um mundo totalmente novo e inexplorado.
Vagando sem rumo por aquela vastidão cinza Ariana chegou a um pequeno vilarejo cinza
que tinha uma aparência medieval ali as pessoas tinham uma expressão triste e nenhuma
motivação para viver. Ela continuou seguindo seu caminho tentando se livrar daquele ar
cinzento que a cercava e passou por um Castelo gigantesco mais também cinza. E novamente
ela caminhou por um longo tempo até que encontrou uma trilha feita de paginas que
adentrava em uma floresta escura. Ela pegou uma das folhas que fazia parte da trilha e
começou a ler. E suas mãos que estavam ficando cinza voltaram a ganhar cor, percebendo que
estava diante de uma aventura eminente e temendo o que poderia encontrar ela se aventurou
e não se arrependeu porque logo atrás da floresta havia um campo cheio de margaridas e
por incrível que pareça não era cinza e sim colorido, cores alegres e vibrantes. Depois de
andar por aquele campo de flores ela perdeu o fôlego com a visão que teve. Uma pequena
casinha de madeira ao lado de um riacho com flores e todos os tipo de animais. Cada vez
que se aproximava ela percebeu que os animais eram mais diferentes que o normal. Animais
que deveriam ser grandes como elefantes, girafas e ursos eram pequenos e os pássaros,
esquilos e hamster eram gigantescos. Aquilo fez ela se apaixonar pelos pequenos e temer os
grandes, mas ela pode perceber que não precisava sentir medo, pois os animais eram dóceis e
amigáveis.
Finalmente ela chegou em frente a porta da casinha de madeira e mais uma vez se aventurou
e ficou fascinada com tudo que tinha ali. Livros abarrotados até o teto, uma mesa repleta de
anotações bagunçadas e um poltrona confortável perto da lareira. Entrou no segundo cômodo
e viu que pelo cheiro era a cozinha e ali tinha bolos em formato de livros, sopas de letrinhas
e potes com os mais variados chás de conhecimento, sabedoria e inteligência. Ela entrou em
outra porta e se deparou com uma sala ampla com uma tribuna no centro e um livro grosso
com paginas amareladas. Ariana começou a folhear o livro e viu que era um livro de mágica,
começou a ler e a porta de trás se abriu e uma voz grossa chamou sua atenção.
-Quem ousa invadir minha casa?
Assustada ela fechou o livro rapidamente e se virou e se deparou com um senhor de aparência
excêntrica, barba longa branca e olhos incrivelmente verdes na cabeça careca um chapéu
pontudo. Usava uma espécie de túnica. Ariana perturbada com a visão respondeu.
-Sinto muito senhor, não pensei que alguém morava aqui. Fiquei curiosa com tamanha
diversidade.
Ele olhou com seus olhos incrivelmente grandes e percebeu que aquela garota não era dali.
-Porque você não esta cinza? Você não é daqui? – Perguntou ele curioso
-Eu li uma pagina que encontrei naquela trilha. Na verdade eu nem sei onde estou.
-Você esta no vilarejo da Poesia, ou melhor, conhecido agora como Vila das Cinzas. Você disse
que leu uma pagina da trilha, mas você estava cinza?
-Meu Deus eu entrei no livro? Nossa que maneiro pena que não cheguei a ler tudo antes de
entrar.
-Você não respondeu minha pergunta. –Falou ele.
-Desculpe senhor, eu entrei no livro colorida e comecei a ficar cinza, daí quando eu li aquela
pagina eu voltei a ficar colorida.
-Como é seu nome?-Perguntou ele curioso
-Ariana. -Respondeu ela.
-Ariana a Grande? –Ele a olhou com os olhos brilhando de emoção. Você é a jovem que esta
destinada a nos livras da grande magia da Bruxa? Pelas barbas de Merlin.
-Não eu sou só a Ariana.
-Você não gosta de aventuras, Ariana? A propósito eu sou conhecido como “O Mago”.
-Não gosto de aventuras apenas quero ir para casa. - Ela omitiu.
-Você não quer saber o que aconteceu com nossa Vila?- Perguntou ele observando a
curiosidade nos olhos dela.
-Tenho tempo para ouvir uma boa historia.
-Huenda foi uma Rainha e que vivia no Castelo da Poesia, ela era amada e adorada antes de
se tornar serva das trevas. Dizem que ela se tornou assim depois que se apaixonou por um
homem que a rejeitou por causa da poesia. Então ela jogou uma praga em todo o reino, que
eles iriam esquecer-se da poesia, dos livros e das musicas que fazem a felicidade reinar sobre o
reino. E assim nosso vilarejo foi se tornando cinza e as pessoas também. E depois de um tempo
a Rainha morreu de tristeza e a maldição continuou e cada vez mais difícil de achar a cura.
-Uma História interessante, mas bem não sei se posso ajudar.
-É uma pena, pois destronar a Rainha má envolve muitas aventuras.
-Que tipo de aventuras?
-Uma das primeiras livrar o povo das cinzas. -Os olhos dela brilharam, pois ela sabia como
tornar as pessoas “vivas” novamente e O Mago Heitor percebeu que realmente ela era a
jovem que ia tirar eles da miséria e da massa cinza e deprimente que os envolvia. -Você tem
alguma ideia de como livrar o povo da massa cinza?
-Tenho uma ideia. Preciso que o senhor traga todas as pessoas da cidade aqui.
O Mago sem questionar simplesmente sumiu deixando a jovem perplexa.
Ariana foi em direção à sala e começou a empilhar os livros no chão, livros infantis, livros para
jovens e adultos, abriu a janela e esperou. Depois de certo tempo varias pessoas começaram
a aparecer e ela pediu que fizessem uma fila e da janela ela começou a entregar os livros. E
a cada livro que entregava as pessoas, eles iam ganhando sua cor de volta sua esperança e
a vontade de viver. Depois de entregar livros a todas as pessoas do vilarejo O Mago Heitor
apareceu pedindo novamente sua ajuda.
-Ariana, a cidade continua cinza e as pessoas estão voltando a ficar cinza. – O Mago a olhou
esperando uma reação. - Você tem alguma ideia do que fazer?
Ela esperou um momento antes de responder e lhe surge uma ideia.
-Quem era o grande poeta que viveu aqui?-Perguntou ao Mago.
-Bem não me lembro do nome, mas posso ver se encontro um poema dele. - Falou o Mago
mexendo em sua papelada. Depois de algum tempo procurando ele encontrou um poema.
-Precisa me levar ao castelo da Rainha e todas as pessoas precisam estar lá.
O Mago sem esperar a tocou e sumiu com ela chegando ao castelo gigantesco. Eles estavam
no muro e Ariana pode ver a grande vila cinza se estendendo até o horizonte, horrorizada ela
começou a chamar às todas as pessoas para ouvir o que ela tinha a falar. Enquanto todos se
ajuntavam em frente ao castelo ela pode observar o mago em frente ao tumulo da rainha.
-Povo da Vila da Poesia, eu estou aqui para tentar ajudar a livrar o mau cinza que ronda vocês. Apesar de mostrar os livros acredito que só isso não ira livrar a maldição. Você precisam entender a poesia. - O Povo estava em silêncio. - A Poesia esta no amor, nas flores, arvores, no canto do pássaro, no sopro do vento, no brilho do sol, mas principalmente do coração do leitor. Aqui é a morada da Poesia e vocês em suas origens a beleza da poesia. Por isso vou declamar uma poesia.
E assim ela começou:
Deixarei por herança
não o poema
mas o corpo no poema
aberto aos quatro ventos
Pois todo poema
é verde e maduro,
em areia movediça
de angústia, solidão
Onde me debato
ainda que finja o contrário
em busca da verdade
e seu chão
Deixarei por herança
não o poema
Mas o corpo repartido
na viagem inconclusa
Pois todo o poema maduro
é um verde poema
E, mesmo acabado,
se estriba na in conclusão
Claro, sem esquecer,
o estratagema da paixão
Quando ela terminou de ler as cidade voltou a sua cor normal e vibrante o sol brilhava novamente e a massa cinzenta desapareceu. E Ariana foi sumindo e a ultima coisa que ela ouviu foi um “obrigado” sussurrado pelo povo da cidade da poesia.
Ela se acordou em um sobre-salto. Assustada viu uma pagina do livro no chão que se tratava de um poema que ela logo percebeu se tratar do mesmo que leu, mas o nome do autor estava no final. E se tratava de Lindof Bell.
A Poesia esta em tudo e em todos basta saber observar.
Mademoiselle Black.
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